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Conhecer Paris a pé!

Na música Je suis venu à pied, de 1948, Yves Montand cantava: Passeava ao acaso / Ia para todo lugar, ia para lugar algum / Mas simplesmente para ver as ruas, / As belas lojas nas avenidas / e as garotas de sorriso gracioso / presas aos braços de seus amantes. / Os gritos dos jornais da noite / e as crianças que brincam nos parques (tradução livre). O personagem da canção de Montand, alguém certamente despreocupado, ainda completava: Eu poderia sem me cansar / atravessar Paris inteira / andando a pé, a pé. Montand soube traduzir nessa música, em letra e melodia, o prazer que nos proporciona poder simplesmente caminhar pelas ruas de Paris. Misturar-se na multidão das grandes avenidas e bulevares, observar de perto as pequenas lojas de bairro, conhecer a história de lugares por meio daqueles simpáticos totens triangulares espalhados por diversos pontos da cidade, perder-se em meio aos prédios de seis andares e de fachadas impecáveis.
Tudo isso – e muito mais – faz o charme da cidade. É bom lembrar que andar a esmo por Paris não é um hábito nascido no século XX. O poeta Charles Baudelaire já havia nos apresentado, no século anterior, a incrível figura do flâneur, um pedestre, atento observador das coisas que o cercam na cidade grande.
Para o pedestre do século XXI, há uma opção de passeio que Baudelaire não pôde conhecer em seu tempo. São as promenades urbaines, passeios organizados por associações parisienses com o objetivo de apresentar mais a fundo – ao francês e ao estrangeiro – a história social e arquitetônica de diferentes bairros da cidade – inclusive em roteiros normalmente fora dos programas das agências de viagens.
Uma delas chama-se À travers Paris, uma associação que reúne estudantes em arquitetura e urbanismo e que promove passeios não só em Paris, mas também na proche banlieu, ou seja, em cidades vizinhas, como Issy-les-Moulineaux e Clichy.
Jovens, curiosos, simpáticos e bem-informados sobre diferentes aspectos da cidade, esse grupo de estudantes busca revelar uma cidade em movimento, viva, com muita história e que não se transformou em absoluto em uma cidade-museu.
Outra promotora desse tipo de passeio chama-se justamente Les Promenades Urbaines, uma associação parceira do Centro Georges Pompidou (Beaubourg). Fundada em 2007, ela propõe passeios muitas vezes em conjunto com outros organismos, como foi o caso em julho de 2010 com o ciclo de passeios Le sauvage à Paris, com apoio da WWF (World Wild Foundation). Ela promove igualmente cursos de formação para habilitação de pessoal como forma de incentivar a leitura da cidade in situ.
Poder ler a cidade, essa talvez seja a maior vantagem de caminhar por ela, dispensando carro, ônibus, bicicleta e mesmo o metrô. Sem pressa, sem a angústia de querer conhecer tudo ao mesmo tempo, até assoviando uma canção. Como Montand, doucement. E Paris poderá então revelar segredos inesperados.
Fonte: http://omelhordeparis.com.br
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